O papel da mudança emocional no tratamento com a ICAT em pacientes com perturbações alimentares do espetro bulímico
Faria, Ana Francisca Peixoto
Miscellaneous
As perturbações alimentares afetam a vida de milhões de pessoas no mundo e a regulação
emocional surge como um preditor significativo dos resultados terapêuticos no seu tratamento. O
presente estudo tem como objetivo compreender o papel da mudança emocional às 4 e às 12 semanas
de tratamento com a Terapia Cognitivo-Afetiva Integrativa em pacientes com Bulimia Nervosa,
Perturbação de Ingestão Alimentar Compulsiva e Outras Perturbações Alimentares ou do Comportamento
Alimentar Especificadas. A amostra foi composta por 26 participantes diagnosticados com estas
perturbações alimentares, que realizaram 21 sessões de tratamento individual, via online. Os resultados
demonstraram o impacto positivo desta terapia nos sintomas da perturbação alimentar e na capacidade
de regulação emocional dos pacientes. As mudanças emocionais positivas às 4 semanas de tratamento
não se revelaram um preditor significativo do sucesso terapêutico (B = .031; p = .146). No entanto, as
mudanças emocionais às 12 semanas de tratamento estão associadas a melhorias nos sintomas das
perturbações alimentares no final do tratamento (B = .040; p = .042). Com base nestes resultados, que
corroboram as conclusões mais recentes da literatura, recomenda-se que, na futura prática clínica, a
regulação emocional seja um foco na melhoria do tratamento das perturbações alimentares do espetro
bulímico.
Eating disorders impact the lives of millions of people worldwide, and emotional regulation has
emerged as a significant predictor of therapeutic outcomes in their treatment. This study aims to
understand the role of emotional change at 4 and 12 weeks of treatment with Integrative Cognitive-
Affective Therapy in patients with Bulimia Nervosa, Binge Eating Disorder and Other Specified Feeding or
Eating Disorders. The sample compraised 26 participants diagnosed with these eating disorders, who
completed 21 individual online treatment sessions. The results showed the positive impact of this therapy
on eating disorder symptoms and patients’ capacity for emotional regulation. Positive emotional changes
at 4 weeks of treatment was not found to be a significant predictor of therapeutic success (B = .031; p =
.146). However, emotional changes at 12 weeks are associated with improvements in eating disorders
symptoms at the end of treatment (B = .040; p = .042). Based on these findings, which support the most
recent conclusions from the literature, it is recommended that, in future clinical practice, emotional
regulation should be a focus in improving the treatment of bulimic eating disorders.