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Interseccionalidade, Violência e Trauma

About

A investigação sobre violência tem assumido principalmente uma lente de género, assumindo homogeneidade no grupo de mulheres, sem considerar as dinâmicas resultantes da etnia, classe socioeconómica, contexto sociocultural e outras categorias de desigualdade. A abordagem interseccional reconhece as múltiplas identidades, como género (cisgénero, transgénero), orientação sexual, estatuto de imigração, nível socioeconómico, entre outros, e considera as experiências produzidas por desigualdades estruturais como racismo, homofobia, transfobia, xenofobia e pobreza. Uma abordagem interseccional desafia a noção de uma experiência comum e universal ou compartilhada de violência e adverte contra a utilização de um modelo único.

A vida das vítimas é multidimensional e complexa, e nenhuma experiência, identidade ou desigualdade deve ser privilegiada em relação a outra. Esta abordagem concebe que todas estas características estão interligadas, moldando simultaneamente experiências e oportunidades, nomeadamente o impacto das experiências traumáticas na vida diária, na saúde emocional e física, bem como nas estratégias de coping e comportamentos de procura de ajuda. Com o objetivo de responder às necessidades idiossincráticas e aos contextos comunitários de violência, os prestadores de serviços e programas são desafiados a adotar uma abordagem interseccional informada pelo trauma e pela violência. Esta abordagem requer um compromisso sustentado entre os/as profissionais, as organizações, a comunidade e as políticas públicas.

Esta linha de investigação propõe-se estudar, com recurso a metodologias mistas, a intersecção de vários eixos de desigualdade (e.g., género, etnia, nível socioeconómico, estatuto migrante, orientação sexual, identidade de género, pobreza, discriminação, entre outros) na vulnerabilidade para as experiências de vitimação de natureza interpessoal, para as experiências de agressão/ofensa, para o impacto dessas experiências e nos recursos (e.g., resiliência); a natureza, dinâmicas e impacto da violência estrutural e comunitária; e as práticas profissionais nos sistemas de proteção à vítima e de justiça. Adicionalmente pretende desenvolver e avaliar empiricamente a eficácia de programas de prevenção primária e programas de intervenção psicológicos focados no trauma.

 


 

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