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How to “thrive” when we “survive”?: (mal)adaptative processes of at-risk youth with complex traumatic experiences

How to “thrive” when we “survive”?: (mal)adaptative processes of at-risk youth with complex traumatic experiences

Santos, Patrícia Celeste Reis Correia

| 2024 | URI

Tese

Tese de doutoramento em Applied Psychology
Complex trauma (CT) refers to chronic or repeated traumatic events beginning in childhood or
adolescence, and that negatively affect several domains of an individual's functioning. In this dissertation,
we aimed to identify some potential explaining mechanisms between CT and (mal)adjustment in
Portuguese at-risk youths. In Study 1, we identified profiles of victimization, within a sample of 404
participants, recruited from three at-risk contexts. We found four classes, with only one of these classes
being considered “low victimization”. The results from this study, seem to sustain the idea that poly victims may be at particular risk for complex problems, i.e., maladjustment. Considering these findings,
in Study 2 we tested a model with risk factors, using PTSD and dissociation as mediators in the
relationship between CT and adjustment problems. The results suggest that among poly-victims, PTSD
and dissociation may be mediators of the CT-(mal)adjustment relationship. These results point out the
need for careful assessment of trauma-related psychopathology and targeted interventions when working
with poly-victims. Then, our Studies 3 and 4 aimed to explore potential protective factors that may help
to explain how these youths “survive”! Study 3 explored the roles of active coping strategies and perceived
social support in the CT-(mal)adjustment relationship. Our results suggest that seeking social support
acts as a mediator between victimization and adjustment problems, but only when perceived social
support is not considered. Moreover, for youths with lower victimization levels, medium or high levels of
perceived social support exert a buffer effect against adjustment problems. These findings highlight the
importance of creating supportive contexts before life’s adversities reach a point where they exceed
youths’ capacities to cope. Finally, in our Study 4, using an LCA, we identified profiles of (mal)adjustment
using indicators of adaptation, risk, and protective factors. Four classes were found, and most of the
sample presented a better-than-expected adjustment. Overall, looking at these studies, we can argue that,
despite the level of adversity experienced, these youths seemed to have found a way to adapt to life’s
circumstances. However, this doesn’t mean that they are not suffering. Trauma-informed institutions need
to develop and implement trauma-informed practices, and develop responsive environments to serve
traumatized youth needs, so they can become healthier adults.
O trauma complexo (TC) refere-se a acontecimentos traumáticos crónicos ou repetidos, com
início na infância ou adolescência, e que afeta negativamente vários domínios do funcionamento de um
indivíduo. Nesta dissertação, pretendemos identificar alguns mecanismos explicativos da relação entre o
TC e o (des)ajustamento. No Estudo 1, identificamos perfis de vitimização, com uma amostra de 404
participantes, recrutados em três contextos de risco. Encontramos quatro classes, sendo que apenas
uma delas foi considerada “baixa vitimização”. Os resultados deste estudo parecem demonstrar que
polivítimas estão particularmente em risco de desenvolver problemas complexos, i.e., desajustamento.
No Estudo 2 testamos um modelo com fatores de risco, utilizando sintomas de perturbação de stress
pós-traumáico (PSPT) e de dissociação como mediadores na relação entre TC e problemas de
ajustamento. Os resultados sugerem que em jovens polivítimas, o PSPT e a dissociação podem ser
mediadores da relação TC-(des)ajuste. Estes resultados salientam a necessidade de uma avaliação
minuciosa da psicopatologia relacionada com o trauma, bem como de intervenções direcionadas, quando
se trabalha com polivítimas. Os Estudos 3 e 4 tiveram como objetivo explorar potenciais fatores de
proteção. O Estudo 3 explorou o papel das estratégias ativas de coping e do suporte social percebido na
relação TC-(des)ajustamento. Os resultados sugerem que a procura de apoio social atua como mediador
entre a vitimização e os problemas de ajustamento, mas apenas quando o suporte social não é
considerado no modelo. No entanto, para os jovens com níveis mais baixos de vitimização, níveis médios
ou elevados de suporte social percebido parecem exercer um efeito amortecedor contra os problemas
de ajustamento. Estes resultados alertam para a importância de se criarem contextos de suporte
adequados, antes que as adversidades vivenciadas pelos jovens esgotem os recursos internos que estes
têm para lidar com as mesmas. No nosso Estudo 4, identificamos perfis de (des)ajustamento utilizando
indicadores de adaptação, e fatores de risco e de proteção. Foram encontradas quatro classes, e a maior
parte da amostra apresentou um ajuste melhor-que-o-esperado. Globalmente, olhando para estes
estudos, podemos argumentar que, apesar do nível de adversidade vivido, estes jovens parecem ter
encontrado uma forma de se adaptarem às circunstâncias da vida. No entanto, isso não significa que
não estejam em sofrimento. As instituições precisam de desenvolver e implementar práticas informadas
sobre o trauma e desenvolver ambientes responsivos para servir as necessidades de jovens com história
de polivitimação, para que estes possam tornar-se adultos mais saudáveis.
This doctoral dissertation was also possible through financial support from the Fundação para a
Ciência e a Tecnologia (FCT - SFRH/BD/129194/2017), the School of Psychology, University of Minho,
supported by the FCT through the Portuguese State Budget (UIDB/PSI/01662/2020) and the Fulbright
Commission Portugal, which allowed me to become a Ph.D. visiting student at the UConn Health,
University of Connecticut.

Publicação

Ano de Publicação: 2024

Identificadores

ISBN: 101611137